Encarnando, em crescente profundidade e refinamento, o testemunhar compassivo de tudo que vai brotando de nossas portas perceptuais …
“O corpo fala … quando há alguém que o escute. Mas, de onde o escutamos? De um saber já conhecido? Ou de um ainda por ser e dar-se a saber, que nos oferece o silêncio?”
O convite essencial é para abrirmos a escuta “interna” de modo receptivo, curioso e em relação com a presença de uma testemunha, possibilitando aprofundar a capacidade de vivenciar conscientemente o caleidoscópio existencial, sempre renovado no corpo por meio dos sentidos, das sensações, emoções, pensamentos, imagens e mistérios do silêncio mais profundo …
De olhos fechados e na presença de uma ou mais “testemunhas” – que de olhos abertos e em quietude encontram-se em receptiva neutralidade – é configurado um espaço/campo de potente acolhimento para o “movedor”, no qual até mesmo sua imobilidade externa pode ser expressada, honrada e organicamente integrada.
Movedor e testemunha são papéis intercambiáveis durante a sessão, com a mesma relevância participativa e direta influência mútua, a partir da qualidade de presença que vivenciam.
Destituídas de cobranças, juízos, metas ou direcionamentos oriundos do grupo, as opções de “mover – ser movido(a) – não mover” brotam para os movedores como impulsos em contínuo fluxo criativo, disponíveis para serem saboreados e incorporados.
As características profundamente democráticas, e re-Integradoras dessa disciplina manifestam-se em cada atitude consciente de cada participante, que, ao encontrar-se diretamente com sua própria experiência “interna”, assume a responsabilidade de manifestá-la, em gestos visíveis, ou não.
O aprofundamento da confiança na relação com a testemunha “externa” inspira o movedor a reconhecer e vivenciar essa mesma presença “internamente” – descontraída, espaçosa e natural – que testemunha e expressa autenticamente a si mesma, momento a momento.
Quando enraizados em presença, ao mover somos testemunhas, ao testemunhar somos movedores. Adentrar o sabor desse aparente paradoxo é o simples e direto acesso ao âmago do próprio Ser.
Facilitadora LUIZA FRADE
Professora de Mindfulness e Yoga Tibetano Kum Nye, psicóloga e terapeuta transpessoal, foi tocada pela Disciplina do Movimento Autêntico em 1998, absorvendo-a como uma linguagem firme e suave, que segue lhe conduzindo, integrando e ampliando na relação existencial.
Participa de estudos, práticas, retiros e grupos didáticos formativos desde 2002, acolhendo a linhagem de Mary Whitehouse > Joan Chodorow > Janet Adler, pelo compartilhar de Betina Waissman, Ellen Emmet, Lila Twardon, Soraya Jorge e Tina Stromsted.
O oferecimento dessa disciplina, para indivíduos e grupos, vem ocorrendo desde então, em variados contextos terapêuticos nos quais “a experiência denominada corpo” é valorizada como acesso direto à presença que somos.
Contato em Brasília – DF – Brasil
+55 61 981 739 146 – luizafrade.psi@gmail.com
*