traduzido por Maria Luiza Duarte Frade (*)
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Já conhecemos as palavras de Jesus de Nazaré: “Eu sou a seiva, vós sois a videira.” Quer dizer, a videira é a forma que a seiva tem de participar de toda a árvore; ela é a seiva na linguagem da videira.
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Podemos contemplar esta imagem de um lugar ainda mais amplo: pensemos em uma folha pequena no meio de uma árvore com cem mil folhas. É claro que esta folhinha não é toda a árvore, nem a árvore é somente esta pequena folha. No entanto, a folhinha está presente na árvore graças à presença que esta tem na folha. Se nos identificássemos com a folha poderíamos dar-nos conta de tudo isto, seríamos a árvore, desde o ponto de vista e na linguagem da folha.
Tudo isto não são mais do que imagens. No entanto, podem ajudar-nos a perceber a presença do Espírito invisível que habita em nós.
Adquirimos forças na prática do Hara, com as quais fortalecemos a meditação e que não nos abandonarão ao longo de todo o dia. Graças a elas participamos de uma força universal invisível que se diferencia da simples força de vontade. Nela, manifesta-nos algo invisível: o Hara faz parte de uma força incomensurável e inesgotável, uma força que somos capazes de assumir.
A folha sofre por ter consciência de ser tão somente uma folha, de não ser nada quando está separada da árvore. Mas se se desse conta, como parte da árvore que é, de que sim, é parte dela, junto com as outras muitíssimas partes que compõem a árvore, com a finalidade de que a árvore possa existir como tal árvore; de que realmente está colaborando na formação de uma totalidade, sentir-se-ia então integrada e segura nesse todo.